LITERATURA
Chamada aberta até o dia 30/11 de 2022
Temática/tema: Ensaios críticos sobre as ruínas e as memórias
Organizador:
Rayniere Felipe Alvarenga de Sousa
Mestrado em Linguística e Teoria Literária -UFPA
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4630178713423348
resumo:
A partir da utilização de inúmeros artifícios literários, autores aproximam do proscênio de suas obras, temáticas imprescindíveis para o estabelecimento de uma espécie de reflexão acerca do exercício crítico. Irrompe dessa atividade, que extrapola o ato contemplativo, o mote para a discussão que proponho: uma constelação de visões que circunscrevem as ruínas e o campo mnemônico como leitmotiv das narrativas. Assim, pretendo revisitar os trabalhos (1982; 1984) de um dos intelectuais que experienciou um período catastrófico (a fase entre guerras). Walter Benjamin, então, concebe uma revolução no pensamento acerca do tempo. Fundamentado na experiência, referencio os argumentos benjaminianos, para que ocorra o foco em torno da transformação que o filósofo alemão propõe: o exercício da crítica em torno da linguagem. O interesse intelectual dedicado ao pensamento desse estudioso, mesmo após a virada do século, é um dos motivos que podem servir como justificativa para a configuração dos argumentos dele em discussões nas mais variadas áreas do conhecimento. Para o recorte aqui materializado, busco reunir textos que versem, sobretudo, sobre a noção de ruínas que figura como alegoria do pensamento dialético benjaminiano. Afinal, em Walter Benjamin, há um traço estilístico muito bem representado: a constituição de uma constelação de conceitos. Aos leitores, acrescenta-se um teor de desafio na leitura dos textos. Por conta da constante movimentação conceitual, comprovo essa máxima. Para o estudioso que percorre seus caminhos teóricos, a liberdade de tráfego nas vias imaginativas do autor é um exercício contínuo. Assim, constituem-se novas perspectivas aos discursos produzidos anteriormente ou ainda se contestam pontos de vista extensamente formulados e defendidos. Esse pressuposto, então, funciona como uma possibilidade de condução da revisita as formulações de Walter Benjamin. Portanto, adianto que a referência ao pensamento do autor indica os caminhos teóricos a serem percorridos nos textos. Esta chamada visa, dessa maneira, reunir textos de estudiosos que percebem as ruínas e a memória como categorias epistemologicamente movimentadas no universo ficcional. Além disso, as discussões em torno de questões biográficas e teóricas acerca do autor também podem integrar a coletânea de ensaios. Com vista a produção de uma aproximação do pensamento de Walter Benjamin e da substância teórica dos levantamentos a serem realizados a partir de sua visada crítica.
Referências:
BENJAMIN, Walter. Origem do drama trágico alemão. Edição e tradução: João Barreto. Belo Horizonte: Autêntica, [1928] 2020.
______. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura; tradução Sérgio Paulo Rouanet; prefácio Jeanne Marie Gagnebin. 8.ª Ed. São Paulo: Brasiliense, [1984] 2012.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
Consulte as normas de publicação.
Chamada aberta até o dia 31/12 de 2022
Temática/tema: Investigações sobre as novas vozes da literatura brasileira
Organizadoras:
Profa Dra Dafne Rosa (Doutora em Letras
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1614439378327541
Profa Dra Priscila Fernandes Balsin
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8906031438691806
Resumo:
Segundo Leyla Perrone-Moisés (2016), a atuação do crítico literário é fundamental para a legitimação dos novos autores e de suas obras. “Apesar do relativismo dos critérios estéticos e da desconfiança dos juízos de valor” (2016, p.64), o crítico abre espaço para a descoberta do atemporal e “é esse reconhecimento que faz um ‘clássico’ e o insere no cânone” (2016, p.65). Nesse sentido, convidamos estudiosos da literatura brasileira contemporânea ao desvendamento das obras de novas vozes, situadas fora do cânone.
Palavras-chave: Literatura brasileira contemporânea; novos autores; crítica literária; novo cânone.
Referências:
DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura brasileira contemporânea: um território contestado. Vinhedo: Horizonte, 2012.
PERRONE-MOISÉS, Leyla. Mutações da literatura no século XXI. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
SCHOLLHAMMER, Karl Erik. Ficção Brasileira Contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
Consulte as normas de publicação.
Chamada aberta até o dia 31/12 de 2022
Temática/tema: Cultos, Romarias e Xirês: literaturas e religiosidades no contemporâneo
Organizador:
Ms. Douglas Santana Ariston Sacramento
Doutorando em Estudos Étnicos e Africanos pelo Pós-Afro/UFBA. Mestre em Literatura e Cultura pelo PPGLitCult/UFBA. Graduado em Licenciatura e Bacharelado em Língua Estrangeira Moderna – Inglês pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Graduando em Bacharelado em Antropologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4726979883055959
Resumo:
Dentro da colcha de retalhos que contém as temáticas da literatura contemporânea nacional, é possível empreender como determinadas expressões culturais adentraram o mundo literário e lá fizeram morada, tornando-se temas de trabalhos científicos e saindo dos muros das universidades. Esse processo, cujo ápice está relacionado com a adesão dos Estudos Culturais no país, trouxe a possibilidade de entender as mais variadas culturas por meio da literatura. Há um empreendimento de expressões no literário por meio do crescimento e da possibilidade de fala para sujeitos que outrora não tinha oportunidade (ESTEVES, 2010) de relatar o seu contexto social, cultural e coletivo, como acontece com os escritores e escritoras negros e negras e as religiões de matriz africana. E, entre esses movimentos culturais existentes na nossa sociedade, a religiosidade não poderia ficar de fora. A religião – que, para Durkheim (1996), giraria em torno do sagrado e das práticas vinculadas a esse estado, presente em atos, performances e objetos, gerando, assim, uma cisão com o profano (o que não seria sagrado e apresentaria restrições) – aparece de maneira contundente no cotidiano do sujeito. Logo, ela também estaria presente dentro da construção artística que esse sujeito poderia empreender como mote para a feitura ou como pano de fundo para algo que aconteceria dentro de uma prática das artes. Portanto, esta proposta abrange artigos que analisam ou trazem diálogos entre a literatura e a religião – entre as suas variadas formas e tipos. Para tanto, é necessário estabelecer um corte temporal, neste caso, a produção literária elaborada no século XXI, pois os seus olhares se voltam para o local e para os grupos étnicos, cujas vozes autorais são importantes para compreender as variadas manifestações religiosas dentro do literário. Deste modo, o objetivo está pautado numa abertura de diálogo entre as áreas, sendo possível, ainda, conversar com muitas outras temáticas acerca da pluralidade de leituras que podem ser realizadas no âmbito literário.
Palavras-chave: Literatura Contemporânea Brasileira; Religião; Religiosidades
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
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Chamada aberta até o dia 31/12 de 2022
Temática/tema: Ensaios sobre Literatura: memória, testemunho e trauma
Organizadores:
Prof. Dr. Lajosy Silva (UFAM)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4220995373459046
Mikael de Souza Frota (Mestre em Letras - UFAM)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9881110221366257
Resumo:
A chamada para publicação de capítulo de livro aceitará artigos acadêmicos que abordem a temática da memória, reconhecendo as ramificações do testemunho e do trauma na literatura. Dentro do espaço/tempo que compreende a abordagem proposta, podem ser submetidos trabalhos que versam sobre a narrativa, a poesia e o teatro. A memória, explica Ecléa Bosi (2016, p. 68), “poderá ser a conservação ou a elaboração do passado enquanto vivenciado”, concebendo-a como uma faculdade flexível, ou seja, passível de trabalho em suas duas funções: tanto no papel de preservação das experiências quanto na missão de restaurá-las. O papel social do eu lírico e/ou do narrador é registrar experiências passadas, tendo uma função própria: a de lembrar. É o que Pierre Nora (1993, p. 18) chamou de “homens-memória”, pois, “quando a memória não está mais em todo lugar, ela não estaria em lugar nenhum se uma consciência individual, numa decisão solitária, não decidisse dela se encarregar. Menos a memória é vivida coletivamente, mais ela tem necessidade de homens particulares que fazem de si mesmos homens-memória”. Maurice Halbwachs (2006, p. 101) acrescenta que, “quando a memória não tem mais por suporte um grupo ou quando ela se dispersa e fica perdida em novas sociedades, o único meio de preservá-la é fixá-la por escrito em uma narrativa, pois os escritos permanecem, enquanto as palavras e o pensamento morrem”. Quando falamos sobre estudos da memória em literatura, atribui-se também as temáticas do testemunho e do trauma. Márcio Seligmann-Silva (2017), referindo-se aos dois termos, conclui que eles estão associados à “figura do mártir, o sobrevivente de uma provação” (p. 378). Ainda com o teórico, a base do testemunho e do trauma “consiste em uma ambiguidade: por um lado, a necessidade de narrar o que foi vivido, e por outro, a percepção de que a linguagem é insuficiente para dar conta do que ocorreu” (p. 46). Há estudos e teóricos contemporâneos sobre a memória que estão em evidências no círculo acadêmico das Letras. São eles: escrevivência, da escritora e professora Conceição Evaristo (2007), postmemory, da pesquisadora e professora de Literatura Comparada Marianne Hirsch (2017) e transgenerational memory, da professora de Literaturas Anglófonas Astrid Erll (2017). Assim, privilegiaremos artigos de mestrandos (em coautoria com o orientador), mestres e doutores que concentrem-se em textos direcionados à abordagem do presente dossiê, com o intuito de serem apresentados à apreciação dos leitores e ao ponto de partida para futuras pesquisas.
Palavras-chave: Literatura. Memória. Testemunho. Trauma.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
Consulte as normas de publicação.
Chamada aberta até o dia 31/12 de 2022
Temática/tema: Literatura e mídia: formação de leitores na era das TICs
Organizadoras:
Profª doutoranda Mylena Queiroz (UEPB/PPGLI)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7703643100957233
Profª doutoranda Silvanna Oliveira (UEPB/PPGLI)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0647066150711697
Resumo:
Da literatura digitalizada à literatura digital, pode-se dizer que os estudos contemporâneos de Literatura estão abertos aos debates sobre as estratégias de ensino desde o nível básico, embora a realidade escolar nem sempre tenha se apresentado favorável para a sua aplicação. No entanto, o avanço dos aparatos tecnológicos em uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, a exemplo de aplicativos e plataformas de ensino, lançou mão de um novo desafio para os professores e demais estudiosos de literatura, resultando em alguns entraves, tais como a acessibilidade, o manuseio das plataformas - por parte dos docentes e discentes - e a eficácia do processo de ensino-aprendizagem. Com isso, essa chamada tem por objetivo promover um debate acerca de novas estratégias e caminhos para a realização de atividades com o texto poético e o texto em prosa no âmbito digital, sem a utilização de metodologias obsoletas. Considerando que a maioria dos professores que se encontram em sala de aula vêm de uma geração analógico-digital e que os alunos que hoje compõem o ensino básico já nasceram na era tecnológica, as propostas para esse ensino precisam contemplar plataformas, talvez, nunca antes utilizadas. Logo, a discussão aqui suscitada tem reverberações para o novo ensino de literatura, que inclui desde estudos da literacia literária por meio de plataformas digitais à chamada e-literature – isto é, hipercontos, ciberpoesias e narrativas multimídia.
Referências:
HUTCHEON, L. Uma teoria da adaptação. Florianópolis: Editora UFSC, 2011.
LUCAS, Fábio. Literatura e comunicação na era da eletrônica. São Paulo: Cortez, 2001.
OLINTO, Heidrun Krieger; SCHOLLHAMMER, Karl Erik (orgs). Literatura e mídia. Rio de Janeiro: PUC; São Paulo: Loyola, 2002.
OLIVEIRA, Maria de Lourdes Abreu de. Literatura & mídia: percursos perversos. Rio de Janeiro: Galo Branco, 2004.
PELLEGRINI, Tânia. A imagem e a letra: aspectos da ficção brasileira contemporânea. Campinas: Mercado de Letras; São Paulo: FAPESP, 1999. PLAZA, Júlio. Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva/CNPq, 1987.
SNYDER, Ilana. Hypertext: the eletronic labyrinth. New York: New Your University Press, 1997.4
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
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Chamada aberta até o dia 31/12 de 2022
Temática/tema: Diálogos Saramaguianos
Organizadores:
Luís Cláudio Ferreira Silva (Doutor em Estudos Literários - UNESP)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9367192914587014
Marco Antonio Hruschka Teles (Doutorando em Letras pela Universidade Estadual de Maringá - UEM)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1893420146489368
resumo:
Já consolidada pelo cânone e mercado editorial, a obra saramaguiana, laureada pelo Prêmio Nobel, abre caminho para inúmeras interpretações. Segundo Lopes (2009), tanto em sua fase mais ligada à história portuguesa, quanto aquela mais universalista e alegórica, o autor dialoga com inúmeras áreas do saber. No aniversário de dez anos da morte do autor, faz-se necessário revisitar suas produções e ressignificá-las à luz de teorias, entre outras, da literatura, filosofia, ciências sociais, história e teologia. Para Ferraz (2003), essa última sendo umas das mais importantes, embora não definidora da totalidade de sua obra. Esta chamada contempla trabalhos que proponham um diálogo entre a obra saramaguiana e os diversos saberes citados.
Palavras-chave: Saramago; Diálogos; Crítica Literária.
Referências:
LOPES, João Marques. Saramago: biografia. São Paulo: Leya, 2009.
FERRAZ, Salma. As faces de Deus na obra de um ateu – José Saramago. Blumenau: Edifurb, 2003.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
Consulte as normas de publicação.
Chamada aberta até o dia 31/12 de 2022
Temática/tema: Na ponta da pena: a autoria em suas diferentes perspectivas teóricas
Organizadores:
Monica Chagas da Costa (Doutora em Letras - UFRGS)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2806420726554937
Davi Alexandre Tomm (Doutorando em Estudos Literários - UFRGS)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9065439250469488
Resumo:
Os estudos sobre a autoria como objeto de análise da teoria da literatura percorrem diversos caminhos. O autor como figura central do texto literário foi desbancado pela crítica pós-estruturalista francesa da década de 1980, mas seu papel no sistema literário segue relevante, principalmente quando tratamos de questões como diferentes identidades, materialidade dos textos e direitos autorais. Esta chamada abre-se para contribuições que explorem os diferentes aspectos da autoria literária em suas mais diversas acepções.
Palavras-chaves: autoria. morte do autor. direitos autorais. materialidades do texto.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
Consulte as normas de publicação.
Chamada aberta até o dia 20/04 de 2023
Temática/tema: Literatura infantil e literatura juvenil: práticas, pesquisas e reflexões
Organizadoras:
Profa. Mestra Betty Bastos Lopes Santos
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3228041545197577
Profa. Mestra Emanuelle Evangelista
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8839721182866146
Profa. Dra. Luciana Sacramento Moreno (UNEB)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3833587800945065
resumo:
Há décadas o Brasil vem ensaiando ações e esforços na tentativa de alcançar o tão sonhado “país de leitores” que apresente resultados mais positivos e progressivos que os revelados nas pesquisas aferidoras do nível de leitura dos brasileiros na atualidade. Entretanto, apenas de algumas décadas para cá, vem tomando forma a consciência de que o alcance desse grande desafio deve ser um esforço coletivo. Essa consciência revela a necessidade de participação e compromisso de vários setores da sociedade, públicos e privados, problematizando os dados que marcaram o fracasso na história da formação de um país leitor, refletindo sobre o perfil das crianças, jovens e adultos ainda não alfabetizados e/ou não letrados que compõem a população brasileira na atualidade, considerando também as reais condições socioeconômicas e culturais caracterizadoras da nossa nação, marcada pela forte desigualdade social que ainda exclui e impede o acesso de uma grande camada aos bens culturais. A elaboração do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) em 2006/2011 e, posteriormente, da Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE) – (Lei 13.696/18) consolidaram a conjunção de forças de vários setores da sociedade como Governos federal, estadual e municipal, Ministérios da Cultura (antes da extinção) e Ministério da Educação, Universidades e sistemas de pesquisa, órgãos da inciativa privada, entidades e demais setores da sociedade em geral para alcançar o grande desafio de melhorar a qualidade da educação, possibilitando o acesso ao livro, à leitura, à literatura e às bibliotecas (PNLL, 2010) de forma democrática. Entretanto, esse projeto de sonho conjunto encontra-se em processo de letargia promovido pelas tentativas de desmonte e de manutenção do estágio de paralisia em que o Brasil se encontra atualmente, movido por forças negacionistas que se empenham para conduzir a nação a um caminho de retrocesso e de negação da democracia. Nesse sentido, entendendo a literatura como “uma necessidade universal, que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito” (CANDIDO, 2011, p.175), torna-se necessário continuar buscando alternativas, através do exercício do pensar, que promovam a emancipação do sujeito enquanto cidadão, visando ao seu desenvolvimento numa sociedade altamente letrada e tecnologizada. Nessa perspectiva, esta coletânea objetiva reunir trabalhos de educadores, pesquisadores e profissionais de distintas áreas, resultantes de estudos, investigações e relatos de experiências com a literatura infantil e/ou literatura juvenil, tanto em sala de aula quanto em outros espaços. Serão bem-vindos também análises críticas de obras da literatura assim adjetivadas, incluindo a recepção da leitura literária, políticas de fomento à leitura e ao livro, processos que envolvem o mercado editorial, implementação e ampliação de bibliotecas escolares, públicas e comunitárias, bem como o desenvolvimento do trabalho da leitura no espaço das bibliotecas e a formação de mediadores de leitura. Enfim, discussões teóricas e metodológicas relevantes que envolvam a literatura para crianças e jovens, nos mais diversos e variados espaços/agências, institucionalizados ou não, nos quais seja possível contribuir para o incentivo à leitura, à literatura e o acesso ao livro como um direito e condição imprescindível para o exercício pleno da cidadania.
Palavras-chave: Literatura infantil. Literatura Juvenil. Leitura. Literatura. Ensino.
Referências:
AGUIAR, Vera Teixeira de; MARTHA, Alice Áurea Penteado. Territórios da leitura: da leitura aos leitores. São Paulo: Cultura Acadêmica; Assis, SP: ANEP, 2006, p. 165-187.
BRASIL. Lei nº 13.696, de 12 de julho de 2018. Institui a Política Nacional de Leitura e Escrita. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13696.htm.
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. Vários Escritos. 5ª ed. Ouro sobre azul. Rio de Janeiro 2011.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura: arte, conhecimento e vida. Petrópolis: São Paulo, 2000.
PINHEIRO, Hélder (org.). Pesquisa em Literatura. Campina Grande: Bagagem, 2011.
PLANO Nacional do Livro e Leitura. Publicação do Caderno do PNLL. Edição Atualizada 2010. Supervisão Geral de José Castilho Marques Neto e Coordenação Executiva de Luciana do Vale. Brasília, DF, 2010.
ZILBERMAN, Regina. LAJOLO, Marisa. Literatura infantil brasileira: História e histórias. 1ª. São Paulo: Unesp, 2022.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
Consulte as normas de publicação.
Chamada aberta até o dia 28/02 de 2023
Temática/tema: TORTO ARADO: Sobreposição de opressões existentes na sociedade brasileira e outras leituras
Organizadoras:
Mylena Queiroz (UEPB/PPGLI)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7703643100957233
Patrícia Costa (UEPB/PPGLI)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6426468949700164
Silvanna Oliveira (UEPB/PPGLI)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0647066150711697
Resumo:
O livro de Itamar Vieira Júnior traz uma narrativa conduzida pelas irmãs Belonísia e Bibiana, descendentes de pessoas escravizadas e moradoras da fazenda Água Negra, no sertão da Bahia. Impasses sociais, culturais e políticos perpassam as vidas dessas protagonistas filhas de Zeca Chapéu Grande, ele mesmo líder comunitário e praticante de Jarê, mas também vítima-exemplo da violência no campo. A violência de gênero, a mortalidade infantil e a exploração de trabalhadores nos conduzem a refletir sobre a sobreposição de opressões existentes na nossa sociedade. É nessa linha que teóricas como Kimberlé Crenshaw (2002) e Carla Akotirene (2019) iluminam e arrematam essa perspectiva, sendo propositoras do debate sobre Interseccionalidade, tendo em vista que sistemas de opressões como racismo, patriarcalismo e exploração de classes promovem desigualdades que buscam afugentar mulheres, etnias e classes – o que pode ser notado em Torto Arado, expondo as disparidades dos nossos Brasis. Aceitamos ainda leituras que se relacionem menos diretamente a essas teorias.
Palavras-chave: Interseccionalidade; Torto Arado; Literatura Brasileira Contemporânea; Disparidades sociais.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
Consulte as normas de publicação.
Chamada aberta até o dia 31/03 de 2023
Temática/tema: Literatura e tradução: aspectos linguísticos e intersemióticos na difusão da arte
Organizadora:
Maria Ellem Souza Maciel (Doutoranda em Estudos Contemporâneos – UCoimbra, Portugal).
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2578263536603217
Resumo:
Em A tarefa do tradutor, Benjamin (2008) exalta a constante renovação que a tradução permite à obra original. Em se tratando de obras literárias, sua reconfiguração para outro idioma ou para outro meio de transmissão pode alçá-las a patamares de difusão jamais considerados pelo/a autor/a, originalmente. Nesse sentido, a presente proposta abre-se à análise comparativa de diferentes versões artísticas, tanto no que se refere a aspectos linguísticos, no caso de traduções entre idiomas, quanto a aspectos de diferenciação entre mídias, no caso de traduções intersemióticas (Plaza, 2003).
Palavras-chave: Literatura; Difusão artística; Análise comparativa.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
Consulte as normas de publicação.
Chamada aberta até o dia 31/03 de 2023
Temática/tema: Os mundos do trabalho na produção literária
Organizador:
Rafael Lucas Santos da Silva
Doutorando em Letras – UEM. Realiza doutoramento na área de Estudos Literários, na Linha de Pesquisa Literatura e Historicidade, pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá (UEM). É Mestre em Letras (UEM), com dissertação intitulada A insígnia de medalhão nos contos de Machado de Assis pelo prisma do Materialismo Lacaniano. Dedica-se à pesquisas sobre as relações entre literatura e trabalho e desenvolve pesquisa sobre o pensamento de Slavoj Zizek e suas aplicações aos Estudos Literários. Possui Graduação em Letras Português/Espanhol e Respectivas Literaturas na Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Campus de Foz do Iguaçu.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5588944944503716
Resumo:
Onde estão e quais são os papéis dos/as trabalhadores/as na produção literária? Como as relações sociais de trabalho podem ser formalizadas esteticamente e como esta temática na produção literária pode conduzir a uma reflexão política e ética sobre os mundos do trabalho? Estas são as indagações que incitam o desejo de reunir nesta coletânea pesquisadores/as cujas reflexões se voltam para o estudo da literatura em sua relação com os mundos do trabalho. Dalcastagné (2021) possui importantes pesquisas que apontam um “problema de representatividade” na literatura contemporânea, devido à ausência de grupos sociais subalternos como protagonistas em narrativas literárias. Em conformidade com a autora, é possível concluir, por exemplo, que os personagens costumam não estarem inseridos em um “espaço profissional” nem possuem “relações profissionais”. Dessa forma, a autora argumenta que “é como se o trabalho – com todo o seu universo [...] não fosse um tema digno para a literatura”, de modo que a produção literária contemporânea não incorpora “o trabalho e os trabalhadores entre os seus protagonistas” (DALCASTAGNÈ, 2021, p. 127). A relações sociais de trabalho são opacas na produção literária e solicitam análises, redimensionando parâmetros e repesando perspectivas. Trata-se, assim, de uma de uma contribuição de extrema importância aos estudos literários, uma vez que, conforme argumenta a autora, “os silêncios da narrativa brasileira contemporânea, quando nós conseguimos percebê-los, são reveladores do que há de mais injusto e opressivo em nossa estrutura social” (DALCASTAGNÈ, 2021, p. 141). Encarar o processo histórico da consolidação do mercado de trabalho é também pensar as estruturas autoritárias de nossa experiência social. Cardoso (2019) esclarece que as relações trabalhistas não deixaram de ser precárias até hoje, cujo desenvolvimento possui a característica da reprodução da desigualdade e da insegurança proletária, em que a construção dos direitos sociais e de trabalho para classes subalternas, com a sua cidadania salarial, não passou de uma “promessa utópica” (CARDOSO, 2019). Tal aspecto se reveste de grande interesse, tensionando cultura e representações literárias, que abre um horizonte de inquietações e constitui, ao mesmo tempo, uma espécie de ponto cego que desafia interpretações. Denning (2004) considera a questão como um “labirinto de complexidades – o labirinto formado por capital, trabalho e cultura – [que] continua sendo o desafio para os estudos culturais como disciplina emancipatória” (DENNING, 2004, p. 96, tradução nossa). Concordamos com a noção ampliada e contemporânea de classe-que-vive-do-trabalho, proposta por Antunes (2009), segundo a qual “uma noção ampliada de classe trabalhadora inclui, então, todos aqueles e aquelas que vendem sua força de trabalho em troca de salário” (ANTUNES, 2009, p.103). Essa noção ampliada de classe trabalhadora inclui os assalariados industriais, de serviços, rurais, os trabalhadores terceirizados, temporários, em tempo parcial, trabalhadores informais, trabalho doméstico, de plataformas digitais entre outros, e os desempregados, o que permitirá alargar a perspectiva sociais de representação, incluindo camadas até então excluídas dos espaços de enunciação do discurso literário. Em vista dessas discussões, convidamos a comunidade acadêmica a submeter propostas de artigos que abordem, em diferentes perspectivas teórico-metodológicas, essa relação entre literatura e trabalho nos mais diversos gêneros ficcionais: na poesia lírica, nas narrativas (poemas épicos, contos, romances), no drama, letras de canção, entre outros.
Palavras-chave: Produção Literária; Representação; Relações sociais do trabalho.
Resumo:
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho?: Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 7. ed. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 2009.
DALCASTAGNÈ, Regina. Ausências e estereótipos no romance brasileiro das últimas décadas: Alterações e continuidades. Letras de Hoje, v. 56, n. 1, 2021.
DENNING, Michaek. Culture in the age of three worlds: reflecting on genocide.London: Verso, 2004
CARDOSO, Adalberto Moreira. A Construção da Sociedade do Trabalho no Brasil: uma investigação sobre a persistência secular das desigualdades. 2 ed. Rio de Janeido: Amazon, 2019.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
Consulte as normas de publicação.
Chamada aberta até o dia 31/03 de 2023
Temática/tema: 22 + 100 = Modernismo e Vanguardas
Organizadoras:
Prof.ª Dr.ª Regina Lúcia de Faria (UFRRJ)
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5604519925900913
Prof.ª Dr.ª Claudia Barbieri
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3638724589479153
Resumo:
Em ensaio comemorativo dos cinquenta anos da Semana de Arte Moderna, Francisco Iglésias observou que as grandes datas impõem um balanço, um exame de consciência. Essa exigência se daria tanto “na vida dos indivíduos como na dos povos e sociedades” (IGLÉSIAS, 1975, p. 13). No plano pessoal, segundo o historiador, o aniversário, a data da morte de um ente querido, o Natal, a passagem do ano são considerados como dias importantes, já que levam o indivíduo a fazer uma avaliação de sua vida. No plano coletivo, determinados anos são marcantes, pois representam um acontecimento especial na história de um povo, como a Independência, a mudança de uma ordem econômica ou política. Os anos de 89 sempre significarão muito para a França e, num nível mais amplo, para o Ocidente. Já os anos de 22, 88, 89 serão expressivos para o Brasil, sugerindo a toda uma geração “o exame de consciência, o balanço de realizações com a verificação dos desvios, do que se deixou de fazer e o consequente levantamento de projetos” (IGLÉSIAS, 1975, p.13). As primeiras décadas do século XX no Brasil apresentaram inúmeras contradições. Havia o empenho de modernização do país, que consistia essencialmente na urgência de reorganizá-lo perante uma nova conjuntura internacional, redesenhada pelos graves conflitos vividos na década de 1910. O nacionalismo figurava como ponto de discussão entre os intelectuais e os artistas e seria uma espécie de baixo contínuo ao longo das décadas seguintes. Estava posto e criado o dilema que aos poucos acomodou-se e se fundiu como modernista e pátrio. A década de 1920 viu o desenrolar desse embate nas artes, mas não apenas. Econômica e politicamente foram anos de instabilidade, marcados pelas comemorações do Primeiro Centenário da Independência do Brasil, pelas derrocadas tenentistas, pelas dissoluções políticas. Encabeçado por Oswald de Andrade e Mário de Andrade o grupo modernista organizou a Semana de Arte Moderna, realizada em três dias alternados no Teatro Municiapal de São Paulo, em fevereiro de 1922. Além das apresentações, declamações e recitais, o público teve acesso à exposição de pinturas e esculturas. Nesse sentido, assim como não foi casual a realização da Semana de Arte Moderna, em 1922, uma vez que, no centenário da Independência, a Semana representou um acontecimento de renovação radical que, afetando, sobretudo, as artes, manchou “com violência os costumes sociais e políticos do país”, no dizer de Mário de Andrade (1974, p. 231), a comemoração de seu centenário, obrigatoriamente, nos leva, numa atitude retrospectiva, observar criticamente o impacto do movimento no contexto cultural da época, suas contradições e, prospectivamente, analisar / discutir seu legado ou não para as gerações futuras, colocando em pauta o diálogo das gerações pós-45 e contemporâneas com os mestres do passado. O volume poderá receber capítulos que versem sobre a poesia, a prosa e o teatro, além disso, esse livro pretende ainda, de modo dialógico, oferecer uma reflexão sobre autores das vanguardas artísticas de língua inglesa, já que comemora-se também o centenário de duas obras fundamentais da literatura anglófona, com as quais os escritores brasileiros mantiveram um diálogo produtivo: Ulysses, de James Joyce, e Waste Land, de T.S. Eliot.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail bordogrena@editorabordogrena.com contendo no campo "assunto" o tema para o qual o estudo será submetido.
Consulte as normas de publicação.
Chamada aberta até o dia 30/06 de 2023
Temática/tema: Literatura e Filosofia: caminhos e propostas para uma relação
Organizador:
Jivago Araújo Holanda Ribeiro Gonçalves (UFPI / UESPI)
Professor do curso de letras-inglês na Universidade Estadual do Piauí (campus Piripiri) e doutorando em estudos literários no Programa de Pós-Graduação em Letras na Universidade Federal do Piauí
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5809805775971030
Resumo:
Atendendo uma demanda crescente no campo dos estudos comparados a presente chamada para publicação de capítulo em e-book visa acolher trabalhos que se dediquem ao deslindamento das relações e/ou desafios oriundos do contato entre literatura e filosofia. Esse “contato” ou “relação” ora postulados geram um conjunto de questões que carecem de reflexão permanente e renovada, seja na tentativa de definir o escopo de um texto literário que expõe em seu tecido constitutivo a elaboração de questionamentos filosóficos, sobre o ser, a moral, a política, a mente, ou o tempo, seja no esforço de compreender os usos da literatura por parte de filósofos para dar vazão às suas ideias ou complementá-las a partir de uma perspectiva da sensibilidade, tal como a arte, detidamente a literatura, possibilita. Nas palavras de Benedito Nunes (2002): “A filosofia não deixa de ser filosofia tornando-se poética, nem a poesia deixa de ser poesia tornando-se filosófica. Uma polariza a outra sem assimilação transformadora” (NUNES, 2011, p. 14). Dessa forma, é natural, e quase intuitiva, essa aproximação entre ambas, já que, segundo Pichois (2012), é possível supor que as grandes questões oriundas do campo filosófico permeiam os textos literários, uma vez que literatos de todas as épocas provavelmente entraram em contato com a produção intelectual desses autores e as inquietações filosóficas de suas próprias épocas. O que nos move aqui é a tentativa de lançar luz sobre esse trânsito contínuo de uma esfera à outra da produção humana salientando a natureza e o alcance daquilo que Richard Eldridge (2009) classifica como “formas de atenção” às questões sensíveis, demarcando a um só tempo a similaridade e diferença entre as áreas. Já na perspectiva de Martha Nussbaum (1990), essa diferença assim como as respectivas particularizações são ressaltadas através da indissociabilidade entre forma e conteúdo: aquilo que é dito em um texto filosófico é reforçado pela sua forma de dizê-lo, e o mesmo ocorre no âmbito da literatura, forma e sentido são interdependentes. Essa constatação, no entanto, não é limitadora. De acordo com Arthur Danto (2019) a filosofia pode e deve ser lida com o mesmo tipo de postura adotado pelo leitor de literatura, já que ambas as áreas exigem um engajamento de um “eu” específico no ato da leitura, que é determinado pela forma do texto. Nessa visada, mesmo a diferença nas formas que encontramos, tanto em literatura, quanto em filosofia, servem para reforçar a necessidade de uma para a compreensão adequada da outra. No todo, tais reflexões ressaltam as nuances encontradas no âmago dessa relação e mostram que cada novo texto literário, ou nova formulação filosófica, expande e renova os domínios da pesquisa que lida com a aproximação entre essas áreas. Assim, serão acolhidos nessa coletânea trabalhos que se detenham diante dos seguintes tópicos: 1) sobre a presença, reelaboração, ou retomada de um sistema filosófico por parte de um literato, 2) sobre a apropriação da literatura por parte de filósofos, seja de maneira instrumental, de modo a enfatizarem certos aspectos de sua própria filosofia, seja de modo a compor um diálogo com esse outro campo do saber, 3) trabalhos que apontem convergências e divergências entre essas “formas de atenção” na tentativa de repensar a fronteira que marca a divisa entre elas, 4) trabalhos que apontem caminhos metodológicos para a elaboração de pesquisas e projetos que se proponham a refletir sobre as possibilidades de diálogo entre as duas áreas. Com isso, esperamos enriquecer o debate interdisciplinar envolvendo literatura e filosofia e prover um arcabouço teórico-analítico para todos os pesquisadores que desejam ingressar nesse campo ou se dedicar ao seu aprimoramento.
Palavras-chave: Literatura. Filosofia. Literatura comparada. Relação.
Resumo:
BRUNEL, Pierre; PICHOIS, Claude; ROUSSEAU, André-Michel. Que é literatura comparada? São Paulo: Perspectiva, 2012.
DANTO, Arthur C. Filosofia como/e/da literatura. In: DANTO, Arthur C. O descredenciamento filosófico da arte. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
ELDRIDGE, Richard. Introduction – Philosophy and literature as forms of attention. In: ELDRIDGE, Richard (Org.). The Oxford Handbook of Philosophy and Literature. Oxford: Oxford University Press, 2009.
NUNES, Benedito. Poesia e filosofia: uma transa. A palo seco – escritos de filosofia e literatura, n. 3, 2011, p. 8-17. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/apaloseco/article/view/5095. Acesso em: 16/11/2022.
NUSSBAUM, Martha. Fictions of the soul. In: NUSSBAUM, Martha. Loves Knowledge – essays on philosophy and literature. New York: Oxford University Press, 1990.
Previsão para publicação: 90 dias após encerrar a chamada.
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